Precisamos tratar de um dos assuntos que protagonizam os deslizes de muitos textos: a vírgula.
Quando se diz “Edgar estuda.”, entende-se que Edgar está estudando. Mas quando se diz “Edgar, estuda!”, isso está mais para conselho de mãe ou professor, certo?
A diferença entre esses dois casos é que você nunca poderia colocar uma vírgula no primeiro caso. Isso porque você cometeria dois erros:
1. separaria sujeito e predicado
2. alteraria a intenção da sua informação, que é dizer que Edgar estuda.
Observe outro exemplo:
“Não vou sair.”
“Não, vou sair.”
Notou como o uso equivocado da vírgula pode mudar todo o sentido pretendido?
Para facilitar o seu entendimento sobre este assunto, é importante que você compreenda que são 4 as principais funções da vírgula. Vamos a elas:
1. Marcar inversões de ordem direta
“Quando a chuva chegou, estavam desprevenidos”.
“Embora achasse que não, disse que o amava.”
ATENÇÃO: Quando o adjunto adverbial (aproveite para revisar este assunto em sua gramática) for representado por uma só palavra, a vírgula é dispensável, a menos que se queira acentuar o valor dos advérbio:
“Hoje vamos passear no bosque.”
“Melancolicamente se despediram. / Melancolicamente, despediram-se.”
2. Marcar intercalações que interrompam a ordem natural da frase
Em explicações, retificações, ressalvas, continuações, aposições, vocativos, conclusões, inclusive oracionais:
“Aquele político, eterno candidato, se refugia na Câmara para não ir preso.”
“Deus meu, por que me abandonaste?”
“Edgar, estuda!”
3. Marcar omissão do verbo já enunciado na oração anterior
“Ele foi de primeira classe. Ela, de terceira.” (=”foi”)
“O marido gostava de cerveja; a esposa, de vinho.” (=”gostava”)
4. Separar termos da mesma função em sequência, coordenados
“Laranjas, limões, bananas e maçãs integravam a feira da semana.”
“Jogar, correr, disputar eram seus verbos favoritos.”
“A casa onde nasceu, a rua onde viveu, a cidade onde cresceu, tudo fazia Juca sentir emoção.”
ATENÇÃO: Não se usa vírgula antes do verbo, após o último elemento de uma série de núcleos de sujeito separados por vírgula:
“Os livros raros, os discos da coleção, os quadros antigos, os tapetes puídos, as lembranças amargas foram deixados pela amada que partia.”
CASOS EM QUE A VÍRGULA É PROIBIDA
Jamais se separa por vírgula o sujeito (grifados abaixo) e o predicado verbal, mesmo que o núcleo, modificado por adjuntos, esteja distante do verbo:
“O consultório daquele cirurgião plástico irresponsável que trabalha na minha rua foi fechado pela polícia.”
“O padre procurado pela justiça mantinha uma igreja clandestina.”
A vírgula jamais deve separar o verbo e os seus complementos (grifados):
“João come empadinhas gordurosas (compl.) todos os dias.”
“Elas responderam a eles (compl.) que não voltariam (compl.).”
Olá!
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muito bom, conteúdo essencial! NOTADEZ
Que bom que gostou, Pedro! Continua visitando o nosso blog. Grande abraço!