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ATUALIDADES | A influência das redes sociais no autodiagnóstico em saúde mental

Equipe RND
Escrito por Equipe RND em 18 de fevereiro de 2025
ATUALIDADES | A influência das redes sociais no autodiagnóstico em saúde mental

A partir da leitura e reflexão sobre os textos de apoio abaixo, escreva um texto dissertativo-argumentativo no qual você discorra sobre o seguinte tema: A influência das redes sociais no autodiagnóstico em saúde mental. Caso julgue necessário, busque leituras adicionais.

Não deixe de fazer o planejamento da sua redação.

TEXTOS DE APOIO

Texto 1

De acordo com a professora do Departamento de Psicologia da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto (FFCLRP), da USP, Valéria Barbieri, a banalização dos transtornos mentais é “uma forma de apropriação pela população do conhecimento produzido a respeito deles”. Ao mesmo tempo em que o acesso à informação é muito positivo, alguns termos foram “perdendo” seus significados, porque estão sendo utilizados sem fontes confiáveis e sem contexto, e as experiências de quem sofre com algum transtorno passaram a ser vistas como características que todos temos, ignorando o quanto de dificuldade e sofrimento isso pode trazer.

Nesse meio enorme de informações, você já deve ter visto alguém dizendo que “Ai! eu sou tão organizada, com certeza tenho TOC (transtorno obsessivo compulsivo)”. Ou, ainda, alguém dizendo que tem “bipolaridade” para explicar por que muda de humor muito rápido; “depressão”, porque está em um dia ruim; ou “déficit de atenção”, porque não está conseguindo se concentrar naquele momento. Todos os exemplos citados são formas de banalizar as psicopatologias, porque consideram que momentos comuns, que todos vivemos, são parte dos transtornos e, frequentemente, são vistos na internet, especialmente na forma de memes. Esses comentários colaboram para a ideia muito complicada de que um transtorno é composto apenas de características isoladas, que muitas vezes nem são mesmo parte do diagnóstico, o que torna difícil notar a diferença, por exemplo, entre um transtorno de ansiedade e um momento de ansiedade antes de uma prova. Dessa maneira, é preciso ter muito cuidado e compreender que o autodiagnóstico é um caminho perigoso – seja você criança, jovem, adulto ou idoso.

Além disso, com as redes sociais, filmes e séries, a glamourização de certos transtornos tem sido cada vez mais frequente. Essa situação pode levar quem assiste a desenvolver comportamentos de risco, como a automedicação. É importante também lembrar que o compartilhamento de conteúdo distorcido por blogs e outros canais contribui para espalhar informações falsas e muito perigosas, como acontecia no Tumblr, por exemplo, onde transtornos alimentares eram romantizados, e comportamentos como automutilação eram comparados a formas de arte. Assim, é importante que os transtornos mentais sejam cada vez mais desmistificados e conhecidos, porém, com muita responsabilidade.

Fonte: A influência das redes sociais na banalização de psicopatologias | UNICEF

Texto 2

Dentre os principais riscos do autodiagnóstico estão:

Automedicação

Uma das maiores preocupações quando se trata de autodiagnóstico é a automedicação (…).

Em geral, os remédios usados para tratar transtornos mentais são medicamentos controlados, ou seja, a pessoa não pode comprar sem receita. No entanto, há pessoas que adquirem medicações de forma irregular, (…) sem ter a prescrição de um médico.

Além disso, muitas pessoas podem optar por tentar tratar sua condição de forma natural, usando vitaminas, medicamentos naturais, chás, entre outros, podendo acabar fazendo um tratamento não adequado para o quadro apresentado.

A medicação psiquiátrica pode ser bastante complexa a depender do quadro apresentado. (…)

Como cada organismo responde de maneiras distintas a diferentes medicações, pode ser que o medicamento que funciona para uma pessoa não vá funcionar para outra, podendo trazer até mesmo efeitos colaterais indesejados e piorando o quadro da pessoa que se automedica.

Abuso e dependência

Medicamentos psiquiátricos podem ter efeitos bastante diversos e seu uso deve ser feito com muita cautela. A troca de medicação ou a descontinuação deve ser feita com acompanhamento por conta do surgimento de efeitos colaterais e sintomas de abstinência, que podem ser debilitantes.

Além disso, alguns medicamentos psiquiátricos são conhecidos pelo potencial de gerar tolerância e dependência. Nestes casos, usar a medicação como prescrita pelo médico é imprescindível para conseguir os efeitos terapêuticos sem colocar a saúde em risco.

Diagnóstico errado ou incompleto

Quando se fala de transtornos mentais, o diagnóstico não é tão simples como em enfermidades físicas, podendo levar uma pessoa a fazer um autodiagnóstico errado ou até mesmo incompleto.

Enquanto doenças do corpo podem ser identificadas por exames laboratoriais e de imagem, os transtornos mentais são identificados pelo reconhecimento de sintomas que se apresentam de forma significativa por um determinado período de tempo e resultam em sofrimento significativo. Em outras palavras, não existem exames que possam diagnosticar transtornos mentais. (…)

Para resolver o problema dos diagnósticos errôneos, o conceito de diagnóstico diferencial se faz importante. Diversos transtornos compartilham sintomas parecidos, portanto, apenas um profissional da saúde mental capacitado pode fazer a diferenciação entre um transtorno e outro.

Quadros de saúde preexistentes

Por fim, existem algumas condições médicas que podem causar sintomas tidos como psiquiátricos, ainda que não sejam transtornos mentais em si.

É o caso da hipotireoide, por exemplo, que causa sintomas parecidos com um quadro depressivo, ou a hipertireoide, que pode causar sintomas parecidos com quadros ansiosos. A flutuação hormonal em mulheres também pode causar sintomas que se assemelha a quadros psiquiátricos.

São diversas as condições que podem causar sintomas semelhantes aos de transtornos mentais. Por conta disso, é importante que, ao fazer a avaliação para diagnóstico de algum transtorno, sejam feitos também exames para verificar se os sintomas não são explicados por um quadro de saúde preexistente, cujo tratamento seria diferente do tratamento psiquiátrico.

Fonte: Autodiagnóstico pela internet: quais os riscos? | Instituto de Psiquiatria do Paraná

Texto 3

No cenário atual, marcado por um ritmo acelerado de vida com mais demandas pessoais e profissionais e uma intensa comparação social potencializada pelas redes sociais, muitos se sentem pressionados a atingir padrões elevados de performance com muita rapidez. Porém, nessa jornada, quando percebem dificuldades ou meras diferenças em seu desempenho comparado ao que observam ao seu redor, as pessoas passam a buscar motivos que justifiquem a suposta improdutividade que estaria os impedindo de funcionar no seu melhor desempenho.

Caio Gibaile, médico pela Universidade de Brasília (UNB) e psiquiatra com subespecialidade em psiquiatria forense

Fonte: Por que o autodiagnóstico de transtornos psiquiátricos representa um perigo à saúde? / Portal Drauzio Varella

Boa produção!
Um abraço,
Equipe Redação Nota Dez

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