A partir da leitura e reflexão sobre os textos de apoio abaixo, escreva um texto dissertativo-argumentativo no qual você discorra sobre o seguinte tema: O ciúme e a sua relação com a violência. Caso julgue necessário, busque leituras adicionais.
Não deixe de fazer o seu brainstorm -> esqueleto -> rascunho.
TEXTOS DE APOIO
Texto 1
O “demônio” dos ciúmes
Quaisquer que sejam os pontos de vista em que se achem colocados os psicólogos para estudar os vários aspectos do ciúme, é comum nas suas conclusões o caráter profundamente disfórico, molesto e torturante de sua vivência. O próprio Santo Agostinho, em suas Confissões, afirma que era “flagelado pela férrea e abrasadora tortura dos ciúmes”; antes e depois dele, a Literatura e a História coincidiram em conceder-lhes a categoria de “máximo tormento” e, mais recentemente, a Psicologia o confirma, ao analisar o ressentimento, que é seu ingrediente básico.
Efetivamente, se de algum modo se pode caracterizar o estado do Ser ciumento é definindo-o como uma perseverante e complexa frustração: sente amor e julga-se não correspondido (ou, o que é ainda pior, falsamente correspondido); sente raiva, mas compreende a ineficácia de demonstrá-la; sente temor e não pode fugir; sente, pois, intensamente, uma necessidade de ação, e, simultaneamente, percebe sua impotência, desde que a solução do caso não depende dele e sim dos outros … e não consiste precisamente em “atos” mas em “sentimentos”… que não podem impor-se nem suprimir-se, que não obedecem a razões nem coações… Assim, o Ser que é devorado ou consumido pelos ciúmes vive em perpétua tensão, sem poder assumir uma atitude mental definitiva, bamboleando- se continuamente entre a fé e o desespero.
Os ciúmes são vividos de modo diferente pela mulher e pelo homem, e também o são, em cada sexo, de acordo com o tipo de Amor.
Fonte: Emilio Mira y López. Quatro gigantes da alma. 1966.
Texto 2
Nas Garras do Ciúme
Atire a primeira pedra quem nunca se sentiu enciumado, ainda que tenha mantido o fato em segredo. Sutil ou avassalador, esse é um dos sentimentos mais contundentes do ser humano. Talvez por isso seja fonte de inspiração para escritores e compositores. O ciúme está no centro do inferno emocional de Bentinho, personagem esculpido por Machado de Assis no romance Dom Casmurro que passa os dias dominado por incertezas e fantasias sobre a possível traição da idolatrada Capitu. Em Otelo, de William Shakespeare, ele é o “monstro de olhos verdes” que leva ao assassinato de Desdêmona. Na música, também não faltam exemplos. “O ciúme foi cantado por Orlando Silva, Roberto Carlos e Caetano Veloso, entre tantos outros”, lembra Luiz Tatit, compositor e professor da Universidade de São Paulo (USP). E, claro, não há novela que não leve um toque dessa pimenta nas relações.
Na vida real, o ciúme é um dos temas que aparecem com freqü.ncia nas conversas com amigos, nas sessões de terapia. É compreensível. Afinal, no dia-a-dia, é difícil ignorá-lo. “É natural sentir ciúme. É como sentir dor ou fome”, diz o especialista Ailton Amélio da Silva, da USP. Também é verdade que, no Carnaval, o monstro ataca com volúpia. Em sã consciência, nessa época de barriguinhas lindas à mostra, quem deixaria o parceiro passar o feriado sozinho? No entanto, para desespero dos mais preocupados, além do Carnaval e das situações comuns que podem ser estopins de uma crise, como uma simples ida a um restaurante, surgem outras capazes de despertar o monstro. As imensas possibilidades de contato com outras pessoas abertas pelas relações virtuais estão entre elas. Não é exagero dizer que as novas ferramentas de comunicação da internet estão para o ciúme como a gasolina está para apagar incêndio. O Orkut, por exemplo, é uma janela para o mundo que permite fazer contatos ou reencontrar antigos amores. Mas, para quem tem tendência ao ciúme, é mais uma trincheira de briga. Em geral, por causa de recados deixados nas páginas de visita. O correio eletrônico é outro cenário que atrai desconfiados decididos a escarafunchar as mensagens eletrônicas atrás de pistas de traição.
O sentimento também se infiltra nas baladas. Por trás do clima aparentemente descomprometido das festas, estão jovens que muitas vezes não se dão o direito de admitir o desconforto quando o parceiro acha nova companhia. O que a moçada tenta fazer é administrar a situação. Na verdade, na geração adepta do ficar (trocar carícias sem compromisso), o ciúme perdeu espaço. “O ficar transformou a relação com o ciúme, que se mantém mais escondido”, avalia o psicólogo Ailton. [Leia o texto completo]
Fonte: ISTOÉ. Nas garras do ciúme. 09.02.2005.
Texto 3
E não nos enganemos: as estatísticas policiais sobre as vítimas do ciúme patológico normalmente estão distorcidas, tendo em vista o fato de as mulheres raramente darem queixa das agressões que sofrem por esse motivo. Mas, na realidade, segundo estimativas, entre cada dez homicídios cometidos por ciúme, apenas um ou dois são cometidos por mulheres. Também outro pensamento a favor de que as mulheres têm mais razões reais de ciúme é a idéia de que os homens são notoriamente infiéis. O ciúme patológico pode até motivar homicídios, e muitas dessas pessoas sequer chegam aos serviços médicos. Para Palermo et al (1997), a maioria dos homicídios seguidos de suicídio são crimes de paixão, ou seja, relacionados a idéias delirantes de ciúme intenso ou excessivo. São, geralmente, crimes cometidos por homens (mas isso não exclui as mulheres do problema) com algum problema psicológico, desde transtornos de personalidade, alcoolismo, drogas, depressão, obsessão, até a franca esquizofrenia. [Leia o texto completo]
Fonte: Psic. Rev. São Paulo, volume 16, n.1 e n.2, 73-91, 2007
Texto 4
Boa produção!
Forte abraço,
Equipe Redação Nota Dez

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